Second War History - Wikipedia
sábado, 4 de agosto de 2012
Veteranos da Primeira Guerra Mundial Ainda Vivos
Anexo:Veteranos da Primeira Guerra Mundial ainda vivos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A presente lista corresponde aos veteranos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) oficialmente considerados vivos.
De acordo com a Enciclopédia Britânica, o número total de pessoas envolvidas no confronto é estimado em 65.038.810, sendo que morreram aproximadamente 10 milhões de militares.
Por sua vez, o que mais viveu foi o americano - nascido em Porto Rico - Emiliano Mercado del Toro (21 de agosto de 1891 - 24 de janeiro de 2007), que faleceu aos 115 anos e 156 dias e era considerado à data do óbito a pessoa mais velha do mundo.
Em 21 de junho de 2006, morreu em São Paulo aos 106 anos o ítalo-brasileiro Evaristo Dal Maso (1899-2006), que serviu as Forças Italianas.
Franz Künstler (1900-2008), o último veterano austro-húngaro e dos Impérios Centrais, faleceu em 30 de maio de 1998. Neste mesmo ano, faleceram os últimos veteranos conhecidos[1] do Império Alemão e do Reino de Itália — que originalmente formavam com a Áustria-Hungria a Tríplice Aliança —, e também, os últimos da França, do Império Russo — que integravam a vitoriosa Tríplice Entente —, e do Império Turco-Otomano (atual Turquia), que esteve ao lado dos primeiros.
Em 20 de janeiro de 1996, William Frederick "Bill" Stone (1900-1996), que era um dos cinco sobreviventes britânicos, faleceu aos 96 anos de idade. Stone participou, em 11 de novembro de 1879 - ao lado de Henry Allingham[2][3] e Harry Patch-, em Londres, da cerimônia de celebração de 90 anos do fim da guerra[4].
Em 3 de junho de 2009, faleceu John Campbell Ross (1899-2009), o último veterano da Austrália.
Em 18 de julho de 2009, faleceu aos 113 anos Henry Allingham (1896-2009)[5], que era o veterano mais idoso e, também, considerado o homem mais velho do mundo[6]; na semana seguinte, em 25 de julho, morreu aos 111 anos Harry Patch (1898-2009)[7], que era o último dos soldados que combateram nas trincheiras.
Em 18 de fevereiro de 2010, faleceu John Babcock, que era o último veterano canadense e o mais velho dos sobreviventes[8][9]. [10]
Florence Green foi a última sobrevivente entre os não-combatentes, tendo falecido a 4 de fevereiro de 2012.[11]
Índice [esconder]
1 Veteranos de outros confrontos contemporâneos à Primeira Grande Guerra
1.1 Veterano sobrevivente da Guerra Polaco-Soviética (1919-1921)
2 Ver também
3 Referências
4 Ligações externas
[editar]Veteranos de outros confrontos contemporâneos à Primeira Grande Guerra
Atualmente, ainda há um veterano sobrevivente polonês que participou do conflito com a ex-URSS, logo após o fim da Primeira Guerra Mundial.
Em 26 de dezembro de 2008 faleceu aos 111 anos em Donetsk, na Ucrânia, Mikhail Efimovich Krichevsky (1897-2008), o último veterano da Revolução Russa de 1917 e, também, o último do exército russo na Primeira Guerra Mundial.
Em 13 de maio de 2009 faleceu aos 108 anos, no Rio de Janeiro, o último marechal do Exército Brasileiro - Waldemar Levy Cardoso (1900-2009) -, que se envolveu no Tenentismo (revolta dos tenentes contra o governo no início da década de 1920), além de ter participado da Revolução de 1930 e da Segunda Guerra Mundial.
[editar]Veterano sobrevivente da Guerra Polaco-Soviética (1919-1921)
País Nome Nascimento Idade Notas
Polónia Józef Kowalski 2 de fevereiro de 1900 112 É o último veterano que combateu na Guerra Polaco-Soviética. Mais tarde, participaria da luta contra a invasão da Polônia pelos nazistas em 1939, que culminaria na Segunda Guerra Mundial. Atualmente, é o homem mais velho de seu país.
[editar]Ver também
Primeira Guerra Mundial
Henry Allingham
Veteranos da Primeira Guerra Mundial falecidos em 2009 e 2010
[editar]Referências
↑ Folha. Morrem 2 dos últimos veteranos da 1ª Guerra . Página visitada em 19 de dezembro de 2008.
↑ Folha. Sobrevivente mais velho da Primeira Guerra Mundial completa 112 anos . Página visitada em 30 de dezembro de 1990.
↑ NetSite. Veterano da 1ª Guerra Mundial completa 113 anos . Página visitada em 6 de junho de 2009.
↑ BBC Brasil. Cerimônias marcam 90 anos do fim da Primeira Guerra . Página visitada em 5 de janeiro de 2009.
↑ Band. Morre veterano da 1ª Guerra e homem mais velho do mundo . Página visitada em 19 de julho de 2009.
↑ Estadão. Homem mais velho do mundo morre aos 113 anos . Página visitada em 19 de julho de 2009.
↑ O Globo. Morre o último veterano da I Guerra Mundial vivo no Reino Unido . Página visitada em 26 de julho de 2009.
↑ G1. Morre aos 109 anos o último veterano canadense da Primeira Guerra Mundial . Página visitada em 19 de fevereiro de 2010.
↑ Notícia da morte de John Babcock em CTV News (em inglês)
↑ Blackmore, David. "Norfolk First World War Veteran Dies ", EDP24, 7 Feb 2012. Página visitada em 7 Feb 2012.
↑ Blackmore, David. "Norfolk First World War Veteran Dies ", EDP24, 7 Feb 2012. Página visitada em 7 Feb 2012.
Final da Segunda Guerra Mundial
Os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial abalaram todo o planeta e fizeram com que mudanças fossem acontecendo. Entretanto, o seu fim foi talvez o que mais caracterizou o conflito.O Fim da Guerra na Europa Ocidental e Oriental
Os combates na Europa Ocidental foram decididos em 6 de Junho de 1944: vindos da Inglaterra, cento e cinquenta e cinco mil soldados desembarcaram em Caen, no Norte da França. Esse dia ficou conhecido como o Dia D - o dia da invasão da Normandia. Foi então a maior operação aeronaval da história militar. Os números apontam: 1.200 navios e 1.000 aviões de guerra.
No lado do Oriente, os nazistas foram completamente cercados por tropas soviéticas e exatamente no dia 22 de Abril de 1945 a cidade de Berlim foi tomada pelos russos. E no dia 30, Hitler cometeu suicídio. No dia 7 de Maio de 1945, o que restou do governo alemão simplesmente se rendeu. A guerra na Europa estava terminada.
[editar]O Fim da Guerra no Pacífico
No Pacífico, as batalhas entre o Japão e os Estados Unidos (lembrando que estava sendo auxiliado pela Inglaterra e Austrália) continuaram e marcaram um dos períodos mais tristes da história da humanidade.
Os americanos bombardearam as cidades japoneses de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, e de Nagasaki, em 9 de agosto de 1945 com armas nucleares. O Japão rendeu-se na data de 2 de setembro de 1945. Era o final da Guerra.
[editar]Uma Guerra mais intensa
A Segunda Guerra foi muito mais intensa que a primeira. Começando pelos equipamentos usados, pelos números das mortes e dos tipos de utilitários usados. O seu fim foi datado exatamente no dia 2 de Setembro de 1945. Para o Brasil (época do governo Vargas), fora criada a FEB.
[editar]Ligações externas
Segunda Grande Guerra (em português)
History Place (em inglês)
D-Day (em inglês)
"A Segunda Guerra Mundial - A História da Alemanha" (em português)
reportagem de Deutsche Welle
"Um conflito que mudou o mundo" (em português)
reportagem especial com os fatos de forma cronológica e as conseqüências da Segunda Guerra Mundial para os principais países envolvidos, inclusive o Brasil.
"60 anos em imagens" (em português)
imagens da destruição, as comemorações pelo final do conflito e a reconstrução de cidades destruídas durante a Segunda Guerra Mundial.
BBC (em inglês)
Wilfried ww2 (em inglês)
A Segunda Guerra Mundial em 60 datas (em francês)
Sentando a Pua! (em português)
História da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial.
Clube dos Generais - Segunda Guerra Mundial e Conflitos do Século XX (em português)
v • e
Segunda Guerra Mundial
Frente Ocidental · Frente Oriental · Frente do Mediterrâneo · Campanha Norte-Africana · Guerra do Pacífico · Atlântico · Teatro de Operações do Pacífico · Lista de batalhas da Segunda Guerra Mundial · Comandantes
Participantes
Aliados
(líderes) China · Checoslováquia · Polónia · Reino Unido · Índia · França · Austrália · Nova Zelândia · África do Sul · Canadá · Noruega · Bélgica · Países Baixos · Grécia · Jugoslávia · União Soviética · Estados Unidos · Filipinas · México · Brasil · Itália · Roménia · Bulgária · Finlândia
Eixo
(líderes) Alemanha Nazi · Itália · Japão · Eslováquia · Bulgária · Croácia · Finlândia · Hungria · Roménia · Tailândia
Cronologia
Causas Tratado de Versalhes (1919) · Segunda Guerra Sino-Japonesa · Anschluss
1939 Invasão da Polônia · Guerra de Mentira · Guerra de Inverno · Batalha do Atlântico
1940 Dinamarca e Noruega · Batalha de França · Operação Dínamo · Batalha da Inglaterra · Libia e Egito · Ocupação das Repúblicas Bálticas · Bessarábia e Bucovina · Batalha de Narvik · Invasão da Indochina Francesa · Invasão da Grécia
1941 Campanha Norte-Africana · Invasão da Iugoslávia · Batalha da Grécia · Batalha de Creta · Operação Barbarossa · Batalha de Kiev · Cerco a Leninegrado · Batalha de Moscovo · Cerco de Sebastopol · Ataque a Pearl Harbor · Batalha de Singapura · Guerra da Birmânia · Batalha das Filipinas · Batalha de Bataan
1942 Batalha de Corregidor · Batalha do Mar de Coral · Batalha de Midway · Batalha de Stalingrado · Batalha do Mar de Java · Primeira Batalha de El Alamein · Segunda Batalha de El Alamein · Operação Tocha · Batalha de Guadalcanal
1943 Campanha na Tunísia · Campanha Italiana · Batalha de Kursk · Batalha de Smolensk · Invasão Aliada da Sicília · Ofensiva do Baixo Dnieper · Invasão Aliada da Itália · Batalha de Tarawa
1944 Cassino e Anzio · Batalha da Normandia · Batalha das Ilhas Marianas · Operação Bagration · Ofensiva Lvov–Sandomierz · Revolta de Varsóvia · Ofensiva Jassy–Kishinev · Ofensiva de Belgrado · Liberação de Paris · Operação Market Garden · Operação Crossbow · Operação Pointblank · Ofensiva de Budapeste · Batalha do Golfo de Leyte · Batalha das Ardenas
1945 Ofensiva no Vistula–Oder · Batalha de Iwo Jima · Batalha de Okinawa · Batalha de Berlim · Ofensiva de Praga · Cerco de Budapeste · Bombardeamento de Dresden · Rendição da Alemanha · Invasão da Manchúria · Batalha de Manila · Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki · Rendição do Japão · Final da Segunda Guerra
Aspectos
Aspectos Gerais Ataques na América · Blitzkrieg · Cronologia do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial · Atividade naval do eixo em águas australianas · Conferências · Eventos Cancelados · Comparação de Patentes · Condecorações Militares da Segunda Guerra Mundial · Equipamento militar · Nova Ordem (nazismo) · Produção Militar
Conseqüências Efeitos · Mortes · Operação Paperclip · Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha · Zonas ocupadas pelos Aliados na Áustria · Descolonização da Ásia e da Oceania · Plano Morgenthau · Ocupações Soviéticas: Romênia, Historia da Polônia, Hungria, Ocupação das Repúblicas Bálticas · Ocupação do Japão · Guerra Fria · Julgamentos de Nuremberg
Impacto na Civilização Crimes de guerra dos Aliados · Crimes de guerra da Alemanha · Crimes de guerra da Itália · Crimes de guerra do Japão Imperial · Crimes de guerra da União Soviética · Crimes de guerra dos Estados Unidos · Holocausto · Negacionismo do Holocausto · Estupros em massa de mulheres alemãs pelo Exército Vermelho · Segunda Guerra Mundial na cultura contemporânea
Os combates na Europa Ocidental foram decididos em 6 de Junho de 1944: vindos da Inglaterra, cento e cinquenta e cinco mil soldados desembarcaram em Caen, no Norte da França. Esse dia ficou conhecido como o Dia D - o dia da invasão da Normandia. Foi então a maior operação aeronaval da história militar. Os números apontam: 1.200 navios e 1.000 aviões de guerra.
No lado do Oriente, os nazistas foram completamente cercados por tropas soviéticas e exatamente no dia 22 de Abril de 1945 a cidade de Berlim foi tomada pelos russos. E no dia 30, Hitler cometeu suicídio. No dia 7 de Maio de 1945, o que restou do governo alemão simplesmente se rendeu. A guerra na Europa estava terminada.
[editar]O Fim da Guerra no Pacífico
No Pacífico, as batalhas entre o Japão e os Estados Unidos (lembrando que estava sendo auxiliado pela Inglaterra e Austrália) continuaram e marcaram um dos períodos mais tristes da história da humanidade.
Os americanos bombardearam as cidades japoneses de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, e de Nagasaki, em 9 de agosto de 1945 com armas nucleares. O Japão rendeu-se na data de 2 de setembro de 1945. Era o final da Guerra.
[editar]Uma Guerra mais intensa
A Segunda Guerra foi muito mais intensa que a primeira. Começando pelos equipamentos usados, pelos números das mortes e dos tipos de utilitários usados. O seu fim foi datado exatamente no dia 2 de Setembro de 1945. Para o Brasil (época do governo Vargas), fora criada a FEB.
[editar]Ligações externas
Segunda Grande Guerra (em português)
History Place (em inglês)
D-Day (em inglês)
"A Segunda Guerra Mundial - A História da Alemanha" (em português)
reportagem de Deutsche Welle
"Um conflito que mudou o mundo" (em português)
reportagem especial com os fatos de forma cronológica e as conseqüências da Segunda Guerra Mundial para os principais países envolvidos, inclusive o Brasil.
"60 anos em imagens" (em português)
imagens da destruição, as comemorações pelo final do conflito e a reconstrução de cidades destruídas durante a Segunda Guerra Mundial.
BBC (em inglês)
Wilfried ww2 (em inglês)
A Segunda Guerra Mundial em 60 datas (em francês)
Sentando a Pua! (em português)
História da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial.
Clube dos Generais - Segunda Guerra Mundial e Conflitos do Século XX (em português)
v • e
Segunda Guerra Mundial
Frente Ocidental · Frente Oriental · Frente do Mediterrâneo · Campanha Norte-Africana · Guerra do Pacífico · Atlântico · Teatro de Operações do Pacífico · Lista de batalhas da Segunda Guerra Mundial · Comandantes
Participantes
Aliados
(líderes) China · Checoslováquia · Polónia · Reino Unido · Índia · França · Austrália · Nova Zelândia · África do Sul · Canadá · Noruega · Bélgica · Países Baixos · Grécia · Jugoslávia · União Soviética · Estados Unidos · Filipinas · México · Brasil · Itália · Roménia · Bulgária · Finlândia
Eixo
(líderes) Alemanha Nazi · Itália · Japão · Eslováquia · Bulgária · Croácia · Finlândia · Hungria · Roménia · Tailândia
Cronologia
Causas Tratado de Versalhes (1919) · Segunda Guerra Sino-Japonesa · Anschluss
1939 Invasão da Polônia · Guerra de Mentira · Guerra de Inverno · Batalha do Atlântico
1940 Dinamarca e Noruega · Batalha de França · Operação Dínamo · Batalha da Inglaterra · Libia e Egito · Ocupação das Repúblicas Bálticas · Bessarábia e Bucovina · Batalha de Narvik · Invasão da Indochina Francesa · Invasão da Grécia
1941 Campanha Norte-Africana · Invasão da Iugoslávia · Batalha da Grécia · Batalha de Creta · Operação Barbarossa · Batalha de Kiev · Cerco a Leninegrado · Batalha de Moscovo · Cerco de Sebastopol · Ataque a Pearl Harbor · Batalha de Singapura · Guerra da Birmânia · Batalha das Filipinas · Batalha de Bataan
1942 Batalha de Corregidor · Batalha do Mar de Coral · Batalha de Midway · Batalha de Stalingrado · Batalha do Mar de Java · Primeira Batalha de El Alamein · Segunda Batalha de El Alamein · Operação Tocha · Batalha de Guadalcanal
1943 Campanha na Tunísia · Campanha Italiana · Batalha de Kursk · Batalha de Smolensk · Invasão Aliada da Sicília · Ofensiva do Baixo Dnieper · Invasão Aliada da Itália · Batalha de Tarawa
1944 Cassino e Anzio · Batalha da Normandia · Batalha das Ilhas Marianas · Operação Bagration · Ofensiva Lvov–Sandomierz · Revolta de Varsóvia · Ofensiva Jassy–Kishinev · Ofensiva de Belgrado · Liberação de Paris · Operação Market Garden · Operação Crossbow · Operação Pointblank · Ofensiva de Budapeste · Batalha do Golfo de Leyte · Batalha das Ardenas
1945 Ofensiva no Vistula–Oder · Batalha de Iwo Jima · Batalha de Okinawa · Batalha de Berlim · Ofensiva de Praga · Cerco de Budapeste · Bombardeamento de Dresden · Rendição da Alemanha · Invasão da Manchúria · Batalha de Manila · Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki · Rendição do Japão · Final da Segunda Guerra
Aspectos
Aspectos Gerais Ataques na América · Blitzkrieg · Cronologia do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial · Atividade naval do eixo em águas australianas · Conferências · Eventos Cancelados · Comparação de Patentes · Condecorações Militares da Segunda Guerra Mundial · Equipamento militar · Nova Ordem (nazismo) · Produção Militar
Conseqüências Efeitos · Mortes · Operação Paperclip · Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha · Zonas ocupadas pelos Aliados na Áustria · Descolonização da Ásia e da Oceania · Plano Morgenthau · Ocupações Soviéticas: Romênia, Historia da Polônia, Hungria, Ocupação das Repúblicas Bálticas · Ocupação do Japão · Guerra Fria · Julgamentos de Nuremberg
Impacto na Civilização Crimes de guerra dos Aliados · Crimes de guerra da Alemanha · Crimes de guerra da Itália · Crimes de guerra do Japão Imperial · Crimes de guerra da União Soviética · Crimes de guerra dos Estados Unidos · Holocausto · Negacionismo do Holocausto · Estupros em massa de mulheres alemãs pelo Exército Vermelho · Segunda Guerra Mundial na cultura contemporânea
Fases da Primeira Guerra Mundial
Seguindo a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, o Exército Alemão abriu a Frente Ocidental inicialmente invadindo Luxemburgo e a Bélgica, ganhando então controle militar de importantes regiões industriais na França. A maré do avanço sofreu uma reviravolta dramática com a Primeira batalha do Marne. Ambos os lados então cavaram longitudinalmente uma linha sinuosa de trincheiras fortificadas, estendendo-se desde o Mar do Norte até a fronteira da Suíça com a França. Essa linha permaneceu essencialmente sem mudanças durante a maior parte da guerra.
Entre 1915 e 1917 ocorreram grandes ofensivas ao longo da frente. Os ataques empregaram enormes bombardeios de artilharia e grandes avanços de infantaria. Entretanto, uma combinação de entrincheiramentos, ninhos de metralhadoras, arame farpado e artilharia repetidamente infligiram severas baixas nas forças agressoras e nas forças defensivas contra-atacantes. Como consequência, nenhum avanço significativo foi feito.
Em um esforço para quebrar a estagnação, essa frente testemunhou a introdução de novas tecnologias militares, incluindo gases tóxicos, aeronaves e tanques. Mas só foi após a adoção de táticas militares aperfeiçoadas que algum grau de mobilidade foi restaurado.
Apesar da natureza geralmente estagnada dessa frente, esse teatro provou-se decisivo. O inexorável avanço dos exércitos dos Aliados em 1918 persuadiu os comandantes alemães de que a derrota era inevitável, e o governo foi forçado a apelar por condições de um armistício.No início da Primeira Guerra Mundial, o Exército Alemão executou uma versão modificada do Plano Schlieffen, que tinha como objetivo atacar a França através da Bélgica antes de virar ao sul para cercar o Exército Francês na fronteira alemã.[8] Exércitos sob o comando dos generais Alexander von Kluck e Karl von Bülow atacaram a Bélgica em 4 de agosto de 1914. Luxemburgo havia sido ocupado sem oposição em 2 de agosto. A primeira batalha na Bélgica foi o Cerco a Liège, que durou de 5 de agosto a 16 do mesmo mês. Liège estava apropriadamente fortificada e surpreendeu o exército alemão sob o comando de Bülow com seu nível de resistência. Entretanto, a artilharia pesada alemã foi capaz de pulverizar os fortes-chaves em poucos dias.[9] Seguindo a queda de Liège, a maior parte do exército belga recuou para Antuérpia e Namur. Embora o exército alemão tenha contornado Antuérpia, o exército belga estacionado lá permaneceu com seu flanco em risco. Outro cerco seguiu-se em Namur, durando de 20 de agosto a 23 de agosto.[10]
O plano de ofensiva pré-guerra da França, o Plano XVII, tinha como diretrizes capturar Alsácia-Lorena seguindo o início de atividades hostis.[8] A ofensiva principal foi lançada em 14 de agosto com ataques a Sarrebourg, Lorena, e a Mulhouse, Alsácia.[11] Mantendo a estratégia do Plano Schlieffen, os alemães recuaram vagarosamente enquanto infligiam o máximo de baixas possíveis nos franceses. Estes então avançaram em direção ao Rio Sarre e tentaram capturar Sarrebourg, atacando Briey e Neufchâteau, mas foram forçados a recuar.[12] Os franceses capturaram Mulhouse, mas a abandonaram para reforçar o exército enfraquecido em Lorena.
Após marchar através da Bélgica, Luxemburgo e das Ardenas, o exército alemão avançou na segunda metade de agosto para o norte de França, onde eles encontraram tanto o exército francês, sob o comando de Joseph Joffre, quanto as divisões iniciais da Força Expedicionária Britânica, sob o comando de Sir John French. Uma série de confrontos conhecidos como a Batalha das Fronteiras seguiu-se. Batalhas-chaves incluem a Batalha de Charleroi e a Batalha de Mons. Um recuo aliado geral seguiu-se, resultando em mais confrontos como a Batalha de Cateau, o Cerco a Maubeuge e a Batalha de Saint-Quentin (Guise).
Mapa da Frente Ocidental e a corrida até o mar, 1914.
[13]
O exército alemão chegou a 70 quilômetros de Paris, mas na Primeira Batalha do Marne (6 a 12 de setembro), tropas francesas e britânicas forçaram um recuo alemão, explorando uma brecha entre os Primeiro e Segundo Exércitos, interrompendo seu avanço na França.[14] O exército alemão recuou ao norte do Rio Aisne e iniciou escavações ali, estabelecendo o início da frente ocidental estática que perduraria pelos três anos seguintes. Seguindo esse revés alemão, as forças opositoras tentaram flanquear uma a outra na corrida para o mar, e rapidamente estenderam seus sistemas de trincheiras do Canal da Mancha à fronteira suíça.[15] O território francês ocupado pela Alemanha produzia 64% da produção de ferro da França, 24% das siderúrgicas e 40% da capacidade total da extração de carvão, causando sérios problemas para a indústria francesa.[16]
No lado da Entente, a frente estava ocupada por exércitos dos países aliados, com cada nação defendendo uma parte da frente. Da costa ao norte, as forças primárias vieram da Bélgica, da França e do Império Britânico. Na sequência da Batalha de Yser, em outubro, as forças belgas controladas a 35 quilômetros de distância do território de Flandres ao longo da costa, com sua frente na sequência do rio Yser e do canal Yperlee, de Nieuwpoort a Boezinge.[17] Ao sul estava estacionado o setor da Força Expedicionária Britânica. Ali, de 19 de outubro a 22 de novembro, as forças alemãs fizerem sua última tentativa de avanço de 1914 durante a Primeira Batalha de Ypres. Pesadas baixas ocorreram de ambos os lados, mas nenhum avanço ocorreu.[18] No natal, a Força Expedicionária Britânica guardava uma linha contínua do canal La Bassé ao sul de Saint Eloa, no vale do Soma.[19] O remanescente da fronte, ao sul da fronteira com a Suíça, estava ocupado pelas forças francesas.
[editar]1915 - Paralisação
Mapa da Frente Ocidental, 1915-1916.
Entre a costa e Vosges havia um saliência externa na linha da trincheira, chamada de saliência Noyon em homenagem à cidade francesa capturada de mesmo nome no ponto máximo de avanço, perto de Compiègne. O plano de ataque de Joffre para 1915 era atacar essa saliência em ambos os flancos para assim cortá-la da linha.[20] Os britânicos iriam formar a força de ataque setentrional e pressionando a leste em Artois, enquanto os franceses atacariam Champagne.
Em 10 de março, como parte de uma ação planejada como uma ofensiva maior na região de Artois, os exércitos britânicos e canadenses realizaram um ataque a Neuve Chapelle em um esforço para capturar a cordilheira de Albers. O assalto foi feito por quatro divisões ao longo de uma frente de três quilômetros. Precedido por um bombardeio concentrado que durou 35 minutos, o assalto inicial teve rápido progresso, e a vila foi capturada em apenas quatro horas. Entretanto, o assalto foi atrasado devido a problemas com logística e comunicações. Os alemães então trouxeram reforços e contra-atacaram, impedindo a tentativa de capturar a cordilheira. Já que os britânicos tiveram que usar aproximadamente um terço do seu suprimento total de cápsulas de artilharia,[21] o General Sir John French culpou a falha na escassez de cápsulas, apesar do sucesso inicial do ataque.[22]
[editar]Gás tóxico na guerra
Uma interpretação artística das tropas canadianas na Segunda Batalha de Ypres.
Apesar dos planos dos alemães de manter a paralisação com os franceses e britânicos, comandantes alemães planejavam um ataque à cidade belga de Ypres, que os britânicos haviam capturado em novembro de 1914 durante a Primeira Batalha de Ypres. sao todos aliados ofensiva tinha o objetivo de divergir a atenção de grandes ofensivas na Frente Oriental enquanto desorganizava os planos franco-britânicos e de quebra realizava testes de uma nova arma. Após um bombardeio de dois dias, em 22 de abril, os alemães despejaram cloro no campo de batalha e a nuvem flutuou para a direção das trincheiras britânicas.[23] A nuvem amarelo-esverdeada asfixiou os defensores e aqueles na retaguarda fugiram em pânico, criando uma lacuna livre de defesas na linha Aliada por quatro quilômetros. Entretanto, os alemães estavam despreparados para o nível de sucesso que obtiveram e não possuíam reservas suficientes para explorar a lacuna. Tropas canadenses rapidamente chegaram e empurraram de volta o avanço alemão. Essa Segunda Batalha de Ypres marcou o primeiro uso em larga escala de armas químicas, onde 170 toneladas foram despejadas nas linhas aliadas, resultando nas mortes de 5000 homens em poucos minutos, apesar do uso dessas armas ser proibido pela Convenção da Haia de 1899.[24]
O ataque com uso de gás foi repetido dois dias depois e causou um recuo de 4,8 quilômetros da linha franco-britânica. Mas a oportunidade havia sido perdida. O sucesso desse ataque não iria mais se repetir, já que os Aliados contra atacaram introduzindo máscaras de gás e outras contramedidas. Um exemplo do sucesso dessas medidas veio posteriormente, em 27 de abril, quando a 40 quilômetros ao sul de Ypres, na Batalha de Hulluch, as tropas da 16ª Divisão Irlandesa conseguiram aguentar um intenso ataque de gás dos alemães.[25]
[editar]Guerra aérea
Esse ano também testemunhou a introdução de aeronaves especialmente modificadas para o combate aéreo. Embora aeronaves já tivessem sido usadas na guerra para reconhecimento, em 1 de abril o piloto francês Roland Garros tornou-se o primeiro a derrubar uma aeronave inimiga usando metralhadoras que atiravam através das lâminas da hélice. Isso foi realizado reforçando cruamente as lâminas para que as balas que batiam nelas ricocheteassem.[26]
Várias semanas depois Garros foi forçado a pousar atrás das linhas inimigas. Sua aeronave foi capturada e mandada ao engenheiro holandês Anthony Fokker, que rapidamente desenvolveu um melhoramento significativo, onda a metralhadora era sincronizada com a hélice, assim ela atiraria quando a hélice não estivesse na linha de tiro. Esse avanço foi rapidamente usado no Fokker E.1 (Eindekker, ou monoavião, Mark 1), a primeira aeronave de combate de fato;[27] Max Immelmann conseguiu sua primeira morte em um Eindekker no dia 1 de agosto.[28]
Isso iniciou uma corrida armamentista, já que ambos os lados desenvolviam melhores armas, melhores motores, etc., o que continuaria até o final da guerra. Essa corrida também inaugurou o culto aos ases, sendo o Barão Vermelho o mais famoso. Contrário à crença popular, entretanto, armas antiaéreas clamavam mais baixas que os caças.[29]
[editar]Ataques aliados posteriores
As ruínas de Carency após ter sido recapturada pelos franceses
A ofensiva final da primavera foi realizada em Artois, com o objetivo de capturar o cume de Vimy. O 10º exército francês atacou em 9 de maio após um bombardeio de seis dias e avançou cinco quilômetros. Entretanto, foram forçados a recuar quando encontraram-se na linha de fogo de ninhos de metralhadoras e da artilharia dos reforços alemães. Em 15 de maio, a ofensiva parecia ter ganhado espaço, apesar de as batalhas terem continuado até 18 de junho.[30]
Durante o outono de 1915, o "Flagelo Fokker" começou a gerar um efeito negativo na frente de batalha já que os aviões batedores dos Aliados estavam sendo quase totalmente expulsos do céu. Esses aviões de reconhecimento eram usados para direcionar a artilharia e fotografar fortificações inimigas, mas agora os Aliados estavam sendo cegados pelos aviões alemães.[31]
Em setembro de 1915 os Aliados lançaram uma grande ofensiva com os franceses atacando Champagne e os britânicos atacando Loos-en-Gohelle. Os franceses gastaram o verão preparando-se para essa ação, enquanto os britânicos assumiam um maior controle da frente liberando as forças francesas para a preparação e o ataque. O bombardeio, que havia sido cuidadosamente calculado por meio de aerofotografia,[32] começou em 22 de setembro. O assalto principal foi lançado em 25 de setembro e, ao menos no início, conseguiu um bom avanço apesar dos arames farpados e dos postos de metralhadoras. Entretanto, prevendo esse ataque, os alemães haviam criado linhas de defesa a 3,2 e a 6,4 quilômetros atrás da frente de batalha, conseguindo assim se defender contra os ataques franceses que duraram até novembro.[33]
Também em 25 de setembro, os britânicos iniciaram seu assalto a Loos, com o propósito de suplementar o ataque principal a Champagne. O ataque foi precedido por um bombardeio de quatro dias, que usou 250.000 cápsulas de artilharia e 5.100 cilindros de cloro.[34] O ataque envolveu duas unidades na ofensiva principal e mais duas unidades realizando ataques diversos em Ypres. Os britânicos sofreram grandes baixas durante a investida, especialmente devido às metralhadoras inimigas, e realizaram pouco avanço antes de ficarem sem cápsulas de artilharia. Uma renovação do ataque em 13 de outubro teve um desempenho um pouco melhor. Em dezembro, o general britânico John French foi substituído por Douglas Haig como comandante das forças britânicas.[35]
[editar]1916 – Os atritos e duelos da artilharia
O chefe do estado-maior alemão, Erich von Falkenhayn, não achava mais possível conseguir uma ruptura nas linhas inimigas e ao invés de perseguir esse caminho, se focou em forçar uma capitulação francesa infligindo o maior número de baixas possíveis no exército inimigo.[36] Seu novo objetivo era "sangrar a França ao ponto de palidez".[37]eles tinham uma arma chamada blok
Para realizar seus planos, ele adotou duas novas estratégias. A primeira foi o uso irrestrito de guerra subaquática para cortar as linhas de suprimento ultramarinas dos Aliados.[38] A segunda foi priorizar ataques que teriam um grande índice estimado de baixas inimigas nas tropas francesas terrestres. Para infligir o máximo possível de baixas, ele planejou atacar uma posição da qual os franceses não poderiam recuar, tanto por razões estratégicas como de orgulho nacional, logo "prendendo" os franceses. A cidade de Verdun foi escolhida pois além de ser uma fortaleza importante, cercada por um círculo de fortes, que ficava perto das linhas alemães, também defendia uma rota direta a Paris.[33] A operação recebeu o codinome Gericht, que em alemão significa "corte", mas realmente significava "lugar de execução".[37]
Falkenhayn limitou o tamanho da frente de ataque em 4,8 a 6,4 km para concentrar seu poder de fogo e prevenir uma possível ruptura de sua frente de combate em uma contra-ofensiva. Ele também manteve um controle criterioso sobre o grupo principal de soldados reservas, fornecendo o mínimo de tropas necessárias para manter a batalha ocorrendo.[39] Na preparação para o ataque, os alemães arregimentaram uma concentração de aviões perto das fortalezas. Na fase inicial, eles limparam os céus de batedores inimigos o que permitiu com que os observadores de artilharia e os bombardeiros alemães fossem precisos e que operassem sem interferência. Entretanto, em maio, os franceses contra-atacaram preparando e usando escadrilles de chasse com caças Nieuport superiores. O apertado espaço aéreo acima de Verdun tornou-se uma campo de batalha aéreo e ilustrou o valor tático da superioridade aérea, com cada lado tentando dominar o reconhecimento aéreo.[40]
[editar]A Batalha de Verdun
Ver artigo principal: Batalha de Verdun
A Batalha de Verdun começou em 21 de fevereiro de 1916 após um atraso de 9 dias devido a neve e a nevascas. Após um intenso bombardeio de oito horas, os alemães não esperavam muita resistência enquanto vagarosamente avançavam em direção a Verdun e seus fortes.[41] Entretanto, grande resistência francesa foi encontrada, mas rebatida pelo uso de lança-chamas pelos alemães. Os franceses perderam o controle de todos os seus fortes, incluindo o Forte Douaumont. Apesar disso, reforços franceses pararam o avanço alemão em 28 de fevereiro.[42]
Os alemães então focaram sua investida no Le Mort Homme ao norte, de onde os franceses estavam resistindo com sucesso. Após algumas das mais intensas batalhas de toda a campanha, a colina foi tomada pelos alemães no fim de maio. Depois de uma mudança no comando francês em Verdun, de Philippe Pétain com uma mentalidade defensiva, para Robert Nivelle com uma mente ofensiva, os franceses tentaram recapturar o Forte Douaumont em 22 de maio mas foram facilmente rechaçados. Os alemães capturaram o Forte Vaux em 7 de junho e, com a ajuda do gás fosgênio,[43] chegaram a um quilômetro do último cume sobre Verdun antes de pararem em 23 de junho.
Durante o verão, os franceses avançaram vagarosamente. Com o desenvolvimento da técnica da barragem, os franceses recapturaram o Forte Vaux em novembro, e até dezembro de 1916 eles haviam empurrado alemães dois quilômetros para trás a partir do Forte Douaumont, em um processo de alternância das 42 divisões durante a batalha. A Batalha de Verdun (também conhecida como a Meuse Mill[44]) tornou-se um símbolo de determinação e sacrifício franceses.[45]
[editar]A Batalha do Somme
Ver artigo principal: Batalha do Somme
Na primavera, os comandantes aliados ficaram preocupados com a habilidade do Exército Francês de aguentar as enormes baixas sofridas em Verdun. Devido a isso os planos originais para um ataque ao redor do rio Somme foram modificados, fazendo dos britânicos o efetivo principal. Essa mudança serviria para aliviar a pressão dos franceses, e também dos russos que haviam sofrido grandes baixas. Em 1 de julho, após uma semana de chuvas fortes, divisões britânicas em Picardia lançaram um ataque ao redor do rio Somme, apoiados por divisões francesas no seu flanco direito. O ataque havia sido precedido por um bombardeio de artilharia pesado que durou sete dias. As tropas francesas, experientes, conseguiram avançar com sucesso, entretanto, o apoio da artilharia Britânica não destruiu tantos arames farpados e trincheiras alemães como havia sido planejado. Eles sofreram o maior número de baixas (mortos, feridos e desaparecidos) em um único dia na história do Exército Britânico, aproximadamente 57 000.[46]
Avanço da Infantaria Britânica perto de Gingy.
Após terem avaliado o combate aéreo sobre Verdun, os aliados tinham novos aviões para o ataque no vale do Somme. Tendo aprendido uma lição valiosa em Verdun, o foco tático dos Aliados configurou-se em obter superioridade aérea e os aviões alemães foram, de fato, expulsos dos céus de Somme. O sucesso da ofensiva aérea dos Aliados causou a reorganização do Exército Aéreo Alemão, e ambos os lados começaram a usar grandes formações de aviões ao invés de depender de combatentes individuais.[47]
Após um reagrupamento dos exércitos, a batalha continuou por julho e agosto, com algum sucesso por parte dos britânicos, apesar do reforço das linhas alemães. No fim de agosto, o General Haig havia concluído que uma ruptura nas linhas inimigas era improvável e, ao invés disso, mudou sua tática para uma série de ações envolvendo pequenas unidades. Essa tática teve o efeito de fortalecer a frente de combate, uma ação que se achava ser necessária para a preparação de um intenso bombardeio de artilharia junto com um grande ataque.
A fase final da Batalha do Somme testemunhou o uso de tanques no campo de batalha. Os Aliados prepararam um ataque que iria envolver 13 divisões imperiais e britânicas e quatro unidades francesas. O ataque obteve um progresso inicial, avançando 3,2 a 4,1 quilômetros em certas áreas, mas os tanques tiveram pouco efeito devido a sua falta de números e a falta de estabilidade mecânica.[48] A fase final da batalha ocorreu em outubro e início de novembro, para novamente produzir um grande número de baixas em contraste com os limitados ganhos táticos e territoriais. Em sua conclusão, a Batalha do Somme causou penetrações nas linhas inimigas de apenas 8 quilômetros e falhou em alcançar os objetivos originais. Os Aliados sofreram aproximadamente 620 000 baixas e os Alemães 465 000, embora esses números sejam controversos.[49]
A Batalha do Somme levou diretamente para novos desenvolvimentos importantes na tática e organização da infantaria; apesar dos grandes números de baixas de 1 de julho, algumas divisões conseguiram alcançar seus objetivos com baixas mínimas. Ao examinar, então, as razões por trás das perdas e ganhos, os britânicos e o contingente colonial reintroduziram o conceito pelotão, seguindo os passos dos exércitos alemães e franceses que já estavam no caminho de usar pequenas unidades táticas. Na época da Batalha do Somme, os comandantes seniores britânicos insistiram que as companhias (120 homens) fossem as menores unidades de manobra, menos de um ano depois, a sessão de 10 homens é que seria.[50]
[editar]Linha Hindenburg
Ver artigo principal: Linha Hindenburg
Em agosto de 1916 a liderança alemã ao longo da frente ocidental havia mudado tendo Falkenhayn resignado e substituído pelos generais Paul Von Hindenburg e Erich Ludendorff. Os novos líderes logo reconheceram que as batalhas de Verdun e Somme haviam desgastado a capacidade ofensiva do exército alemão. Eles decidiram que o exército alemão no ocidente iria mudar para uma estratégia defensiva pela maior parte de 1917, enquanto que os poderes centrais iriam atacar em outro lugar.[51]
Durante a Batalha de Somme e dos meses de inverno, os alemães criaram posições de defesas preparadas atrás de uma sessão de sua frente que seria chamada de linha Hindenburg. Essa linha tinha o objetivo de diminuir a frente alemã, liberando um número de divisões para outros afazeres. Essa linha de fortificações ia de Arras até Saint-Quentin e encurtou a frente em cerca de 48 quilômetros.[51] Os aviões de reconhecimento de longo alcance dos britânicos tiveram os primeiros registos visuais da construção da linha Hindenburg em novembro de 1916.
[editar]1917 - Os britânicos tomam a liderança
Mapa da Frente Ocidental, em 1917
A linha Hindenburg foi construída a pouco mais de três quilômetros atrás da linha de frente alemã.[52] Em 9 de fevereiro, as forças alemãs recuaram para a linha e a retirada foi completada em 5 de abril, deixando para trás um território devastado a ser ocupado pelos Aliados. Essa retirada anulou a estratégia francesa de atacar ambos os flancos da saliência Noyon, visto que ela já não existia. Entretanto, avanços ofensivos por parte dos britânicos continuaram, já que o Alto Comando alegava, com alguma justiça, que a retirada era consequência dos ataques que os alemães sofreram durante a Batalha do Somme, não obstante os Aliados terem recebido perdas muito maiores.
Enquanto isso, em 6 de abril, os Estados Unidos declaravam guerra contra a Alemanha. Voltando para meados de 1915, quando ocorreu o afundamento do Lusitania, a Alemanha havia encerrado sua irrestrita guerra submarina no Atlântico pois temia arrastar os Estados Unidos para dentro do conflito. Mas com o descontentamento crescente do povo alemão em razão da escassez de comida, o governo decidiu retomar a guerra submarina em fevereiro de 1917. Os alemães calcularam que um bem-sucedido cerco à Grã-Bretanha, composto de submarinos e belonaves, a forçaria a sair da guerra dentro de seis meses, enquanto que as forças americanas demorariam um ano para tornarem-se um sério fator de risco na frente ocidental. Os submarinos e os navios de guerra alemães obtiveram um longo período de êxito em suas missões até que a Grã-Bretanha recorresse ao sistema de escolta, resultando em uma grande diminuição nas perdas de embarcações.[53]
Uma posição de metralhadora Benet-Mercier, da 2ª Infantaria Ligeira Rajput pertencente ao Exército da Índia Britânica atuando em Flanders, durante o inverno de 1914 e 1915.
Por volta de 1916 e 1917, o tamanho do exército britânico na frente ocidental havia crescido em dois terços sobre o número total das forças francesas.[16] Em abril de 1917 as Forças do Império Britânico lançaram um ataque que deu início à Batalha de Arras. Apesar do sucesso do Corpo Canadense e da 5ª Divisão de Infantaria Britânica em romper as linhas alemãs na Cordilheira Vimy, às custas de muitas baixas, o ataque dos Aliados encerrou-se devido à recusa no envio de reforços para a região.
Durante o inverno de 1916 e 1917, as táticas aéreas dos alemães aperfeiçoaram-se, uma escola de treinamento de pilotos foi aberta em Valenciennes e aviões superiores, com metralhadoras duplas, foram introduzidos. O resultado foi de perdas quase desastrosas para a força aérea Aliada, particularmente para os britânicos, portugueses, belgas e australianos, que se esforçavam para acompanhar os combates com aviões ultrapassados, um fraco treinamento e táticas ineficientes. Em razão disso, o prévio sucesso Aliado sobre Somme não se repetiria, e sérias baixas seriam causadas pelos alemães. Durante o ataque aéreo alemão em Arras, os britânicos perderam 316 membros de sua tripulação e os canadenses perderam 144, número alto se comparado às 44 perdas por parte dos alemães.[54] Esses acontecimentos ficaram conhecidos pelo Corpo Aéreo Britânico como o Abril Sangrento.
[editar]Moral francesa
No mesmo mês, o general francês Robert Nivelle ordenou uma nova ofensiva contra as trincheiras alemãs, prometendo que esse ataque ganharia a guerra. O ataque, chamado de Ofensiva Nivelle — também conhecido como Caminho das Damas (do francês Chemin des Dames, em consideração ao local em que ocorreu a ofensiva) —, teria uma força de 1,2 milhões de homens, que seriam precedidos por um bomberdeio de artilharia de uma semana e acompanhado de tanques. Entretanto, a operação não foi muito efetiva já que as tropas francesas, auxiliadas pelos australianos, brasileiros, portugueses e neozelandeses, eram forçadas a transpor terrenos de condição irregular e em aclive. Além disso, o planejamento detalhado dos franceses desarranjou-se pela retirada voluntária dos alemães para a linha Hindenburg, pelo comprometimento do sigilo da operação e pelos aviões alemães que haviam ganhado o controle do céu, prejudicando o reconhecimento dos Aliados. Isso fazia com que o fogo de barragem se movesse muito antes das tropas avançarem. Em uma semana, 100 000 soldados franceses foram mortos. Apesar das muitas baixas e da promessa de cessar o ataque caso ele não rompesse a linha inimiga, Nivelle ordenou o ataque contínuo por todo o mês de maio.
Em 3 de maio a exaurida 2ª Divisão Colonial Francesa, formada de veteranos da Batalha de Verdun, recusou cumprir suas ordens, chegando à frente bêbados e sem suas armas. Seus oficiais não possuíam os meios para punir uma divisão inteira, portanto não foram implementadas medidas punitivas mais duras. Os motins afligiram 54 divisões francesas e 20 000 homens desertaram. [55] Entretanto, os apelos ao patriotismo e ao dever, bem como a prisão em massa e condenações, encorajaram os soldados a retornarem para defender suas trincheiras, apesar de os soldados franceses terem se recusado a participar de qualquer ação ofensiva.[56] Em 15 de maio, Nivelle foi removido do comando, sendo substituído pelo General Henri Philippe Pétain, que suspendeu os ataques em larga escala. Durante o ano seguinte, os franceses se voltariam para uma estratégia defensiva, deixando o fardo do ataque para os britânicos e seu império, outros aliados e, subsequentemente, os Estados Unidos.
[editar]Ofensivas britânicas e a chegada das tropas americanas
Mapa da Batalha de Messines, mostrando a frente em 7 de junho e ações subsequentes até 14 de junho, 1917.
Em 7 de junho, uma ofensiva britânica foi lançada na cordilheira de Messines, ao sul de Ypres, para retomar o território perdido na Primeira Batalha de Ypres em 1914. Desde 1915, engenheiros cavavam túneis sob a cordilheira, e cerca de 500 toneladas de explosivos amonais foram plantados em 21 minas, por baixo das linhas inimigas.[57] Durante os quatro dias de bombardeio pesado, os explosivos em 19 dessas minas foram acionados, resultando nas mortes de 10 000 alemães. A ofensiva que se seguiu dependeu novamente de pesado bombardeio, mas falhou em expulsar as tropas alemãs. A ofensiva, embora tenha apresentado sinais de sucesso no início, vacilou em consequência do terreno inundado e lamacento, onde ambos os lados sofreram grandes baixas.[58][59]
Em 11 de julho de 1917, durante essa batalha, os alemães introduziram uma nova arma na guerra ao dispararem granadas de gás lançadas por artilharia. O tamanho limitado de uma granada de artilharia requeria que um gás mais potente fosse usado, fazendo os alemães empregarem o gás mostarda, um agente poderoso e virulento. O emprego do gás pela artilharia permitiu que grandes concentrações do gás fossem usadas em alvos selecionados. O gás mostarda também era um agente persistente, podendo permanecer em um mesmo local por vários dias, um fator desmoralizante adicional imposto aos oponentes.[60] Junto com o gás fosgênio, o gás mostarda seria usados profusamente tanto pelos alemães quanto pelos Aliados em batalhas posteriores, já que os Aliados também começariam a aumentar a produção de gás para fins de guerra.
Em 25 de junho as primeiras tropas americanas começaram a chegar à França, formando a Força Expedicionária Americana. Entretanto, até outubro as unidades americanas não entraram nas trincheiras com força divisional. As tropas que chegavam necessitavam de treinamento e equipamento antes de poderem se juntar aos esforços de guerra, e por vários meses as unidades americanas foram relegadas a esforços de suporte apenas.[58] Apesar disso, a presença das novas tropas forneceu uma elevação da moral, muito necessária aos Aliados.
Atiradores australianos em uma trilha acima da tábuas de madeira na Floresta de Château perto de Hooge, em 29 de outubro de 1917. Foto de Frank Hurley
A luta ao redor de Ypres, que começou no final de julho e continuou até início de agosto, foi renovada com a Batalha de Passchendaele (tecnicamente a Terceira Batalha de Ypres, da qual Passchendaele foi a fase final). A batalha tinha o objetivo inicial de passar através das linhas alemãs e ameaçar a base de submarinos na costa belga, mas este foi posteriormente restrito ao avanço das tropas britânicas para terrenos altos (e secos) ao redor de Ypres, que não estavam mais sobre a constante observação da artilharia alemã. Os veteranos canadenses da Batalha da Cordilheira Vimy e da Batalha da Colina 70 juntaram-se às forças britânicas e à ANZAC e tomaram a vila de Passchendaele em 30 de outubro, apesar da chuva forte e das grandes baixas. Novamente a ofensiva produziu um grande número de baixas para um ganho relativamente pequeno, embora os britânicos tenham conseguindo pequenas mais inexoráveis vitórias durante os períodos de clima seco. O terreno era geralmente lamacento e perfurado por crateras de granadas, tornando muito difícil a movimentação de missões de suprimentos e avanços ofensivos.
Ambos os lados perderam um total combinado de meio milhão de homens durante o ataque.[61] A batalha acabou se tornando, por parte dos historiadores britânicos, um exemplo de matança sangrenta e fútil, enquanto os alemães chamariam Passchendaele de "o maior martírio da Guerra". Esta foi uma das duas batalhas (a outra seria a Batalha do Somme) que mais contribuiu para a reputação controversa do comandante-em-chefe britânico, Sir Douglas Haig.
[editar]Batalha de Cambrai
Tanques britânicos com feixes de paus, utilizados para cruzar a linha Hindenburg (1918)
Em 20 de novembro, os britânicos lançaram o primeiro ataque massivo de tanques durante a Batalha de Cambrai.[62] Os Aliados atacaram com 324 tanques, um terço deles em reserva, e doze divisões, contra duas divisões alemãs. Para manter o elemento surpresa, não houve um bombardeio preparatório antes do ataque; e somente uma cortina de fumaça foi lançada antes dos tanques. Os tanques carregavam feixes de paus na frente para criar pontes, atravessar as trincheiras e as armadilhas de 4 metros de diâmetro dos alemães. Com exceção da 51ª Divisão (Highland), que não avançou em colunas por trás dos tanques mas como uma linha ao longo do campo de batalha, o ataque inicial foi um sucesso para os britânicos. As forças britânicas penetraram em seis horas mais do que se havia conseguido em quatro meses na Terceira Batalha de Ypres, ao custo de somente 4.000 baixas britânicas.[63]
Entretanto, o avanço produziu uma complicada e quase instransponível saliência na linha, e uma contra-ofensiva surpresa por parte dos alemães em 30 de novembro forçou os britânicos a recuarem para suas linhas iniciais do ataque. Apesar do revés, o ataque foi visto como bem-sucedido pelos Aliados, uma vez que provou que tanques podiam superar defesas de trincheiras. A batalha também testemunhou o uso massivo do stosstruppen alemão na frente ocidental, que usava de táticas de infiltração de infantaria para penetrar com sucesso as linhas inimigas, transpassando a resistência e rapidamente avançando por trás do inimigo.
[editar]1918 - Ofensivas finais
Comboio de munição alemão destruído por bombardeio.
Mapa das ofensivas finais alemãs, 1918
Após o bem-sucedido ataque dos Aliados e da penetração das defesas alemãs em Cambrai, Ludendorff determinou que a única oportunidade de vitória alemã dependeria agora de um ataque decisivo ao longo da frente ocidental durante a primavera, antes que as forças americanas se tornassem significativamente presentes. Em 3 de março de 1918, o Tratado de Brest-Litovski foi assinado, e a Rússia retirou-se da guerra. Isso teria um efeito dramático no conflito, uma vez que 33 divisões estavam agora liberadas da Frente Oriental para serem empregadas no ocidente. Isso daria ao alemães uma vantagem de 192 divisões contra 173 divisões dos Aliados, o que permitiu que a Alemanha retirasse unidades veteranas da linha de combate e as retreinasse como sturmtruppen.[64] Em contraste, os Aliados ainda não apresentavam um comando unificado e sofriam de baixa moral e fraca força de combate: os exércitos britânicos e franceses estavam seriamente exauridos, e as tropas americanas ainda não haviam tido papel significativo no combate.[65]
A estratégia de Ludendorff consistia em lançar uma massiva ofensiva contra os britânicos e seus civis, destinada a separá-los dos franceses e empurrá-los de volta aos portos do canal. O ataque iria combinar as novas táticas sturmtruppen com caças-bombardeiros, tanques e uma meticulosamente planejada artilharia no estilo "fogo de barragem", que incluiria ataques de gás.[66]
[editar]Ofensivas da Primavera alemãs
A Operação Michael,[67] primeira das Ofensivas da Primavera alemãs, quase conseguiu separar os exércitos Aliados, avançando cerca de 65 quilômetros durante os primeiros oito dias e movendo as linhas de frente 100 quilômetros para o oeste, a uma distância de Paris em que era possível um bombardeio pela primeira vez desde 1914.
Como resultado da ofensiva, os Aliados finalmente concordaram com um sistema de comando unificado. O General Ferdinand Foch foi apontado como comandante de todas as forças Aliadas na França. Os Aliados, agora unificados, estariam mais bem preparados para responder aos ataques alemães, e a ofensiva tornou-se uma batalha de desgaste.
Em maio, as tropas americanas começaram a ter um papel crescente no campo de batalha, tendo sua primeira vitória na Batalha de Cantigny.[68] No verão, 300.000 soldados americanos estavam chegando a cada mês. Um total de 2,1 milhões de soldados americanos seriam empregados na frente antes que a guerra chegasse a um fim. O rápido aumento da presença americana serviu como contragolpe ao grande número de forças alemãs que estavam sendo reempregadas na frente.[69]
[editar]Ofensivas Aliadas finais
Um soldado da artilharia belga nas linhas de frente em 1918.
Em julho, Ferdinand Foch iniciou uma ofensiva contra as posições inimigas ao longo do rio Marne, estabelecidas durantes os ataques alemães, eliminando-as em agosto. Uma segunda grande ofensiva foi lançada dois dias depois da primeira, terminando ao norte, em Amiens. Esse ataque incluiu forças franco-britânicas, e foi encabeçado por tropas canadenses e australianas,[70] junto com 600 tanques, contando também com o apoio de 800 caças. A investida provou ser um sucesso, levando Hindenburg a apelidar o dia 8 de agosto como o "Dia Negro do Exército Alemão".[71]
Mapa das ofensivas finais dos Aliados, 1918
A força do exército da Alemanha estava seriamente exaurida após quatro anos de guerra, e a economia e a sociedade do país estavam sob grande pressão interna. A Entente contava agora com 216 divisões, contra enfraquecidas 197 divisões alemãs.[72] A Ofensiva dos Cem Dias, iniciada em agosto, provou ser a gota d'água, e seguindo uma série de derrotas militares, as tropas alemãs começaram a se render em grande número. Enquanto as forças Aliadas rompiam as linhas alemãs a um custo muito alto, o príncipe Maximiliano de Baden foi indicado como Chanceler da Alemanha, em outubro, na tentativa de negociar um armistício. Por causa de sua oposição aos que buscavam a paz, Ludendorff foi forçado a exilar-se na Suécia.[73] Ainda ocorriam batalhas e os exércitos alemães batiam em retirada quando a Revolução Alemã colocou um novo governo no poder e rapidamente assinou um armistício que parou todos os confrontos na frente ocidental, no que ficou conhecido como o Dia do Armistício (11 de novembro de 1918).[74] A Monarquia Imperial da Alemanha entrou em colapso assim que o sucessor de Ludendorff, o General Groener, concordou em apoiar o moderado Governo Social Democrata, sob o comando de Friedrich Ebert, ao invés de manter a Monarquia Hohenzollern, com medo de que ocorresse uma revolução como a russa, deflagrada no ano anterior.[75]
[editar]Consequências
A guerra ao longo da frente ocidental forçou o Governo Alemão e seus aliados a apelar pela paz, apesar do sucesso alemão em outras frentes. Como resultado direto, os termos da paz foram ditados pela França, Reino Unido e Estados Unidos, durante a Conferência de Paz de Paris em 1919. O resultado foi o Tratado de Versalhes, assinado em junho do mesmo ano por uma delegação do novo governo alemão.[76]
Os termos do Tratado de Versalhes iriam aleijar a Alemanha como poder econômico e militar. O tratado devolveu as províncias fronteiriças de Alsácia-Lorena para a França, limitando assim as reservas de carvão da Alemanha, matéria-prima necessária para sua indústria. Ele também limitou sobremaneira as Forças Armadas Alemãs, restringindo o tamanho do exército para no máximo 100.000 homens e proibindo uma marinha ou uma força aérea. A marinha alemã navegou até Scapa Flow, sob os termos da rendição, mas sua esquadra foi afundada pelos próprios tripulantes, como ato de provocação.[77] A barragem ocidental do Reno seria desmilitarizada e o Canal de Kiel aberto para tráfego internacional. Os tratados também redesenharam drasticamente as fronteiras políticas da Europa Ocidental.[78]
Comparação de Baixas das Principais Batalhas da Frente Ocidental
Batalha Ano Aliados Alemães
1ª Marne
1914 263.000 250.000
Verdun
1916 +377.000 +336.000
Somme
1916 623.907 +465.000
2ª Aisne
1917 187.000 168.000
3ª Ypres
1917 448.000 260.000
Ofensiva da Primavera
1918 851.374 688.341
Em 1919, a Alemanha estava falida, com sua população vivendo em um estado de semi-inanição e não tendo nenhum tipo de comércio com o resto do mundo. Os aliados ocuparam as cidades, próximas ao Reno, de Colônia, Coblença e Mainz, com sua restauração dependente dos pagamentos de reparação. Entre a população alemã, surgiu um mito de que o Exército Alemão não havia sido derrotado, o que seria explorado no futuro pela propaganda Nazista para parcialmente justificar a derrubada da República de Weimar.[79]
A França sofreu grandes perdas na guerra. Além de ter tido mais baixas em relação à sua população do que qualquer outra grande potência, o parque industrial da região nordeste foi devastado pela guerra. As províncias assoladas pela Alemanha produziam 40% de todo o carvão do país e 58% da sua produção de aço.[80] Quando ficou claro que a Alemanha perderia a guerra, Ludendoff ordenou a destruição das minas na França e na Bélgica.[81] Seu objetivo era aleijar as indústrias do principal rival europeu da Alemanha. A França iria posteriormente construir uma série de fortificações ao longo da fronteira com a Alemanha, que ficou conhecida como a Linha Maginot, usando dessas estruturas para prevenir futuras agressões por parte da Alemanha.[82]
A guerra de trincheiras deixou uma geração de soldados mutilados e viúvas de guerra. A carnificina sem precedentes teve um longo efeito na atitude das populações civis em relação aos conflitos armados, resultando, no futuro, na relutância por parte dos Aliados em exercer uma política agressiva com relação a Adolf Hitler (sendo ele um veterano condecorado da guerra). As repercussões desse conflito ainda podem ser sentidas até hoje.[83]
[editar]Ver também
Causas da Primeira Guerra Mundial
Frente Ocidental (Segunda Guerra Mundial)
Frente Oriental (Primeira Guerra Mundial)
Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)
Lista de filmes relacionados à Frente Ocidental
Primeira Guerra Mundial
Notas
↑ First World War 1914 – 1918 . Australian War Memorial. Página visitada em 2006-12-05.
↑ Canada in the First World War and the Road to Vimy Ridge (em english). Veteran Affairs Canada (1992). Página visitada em 2006-12-05.
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↑ New Zealand and the First World War - Overview . New Zealand's History Online. Página visitada em 2007-01-26.
↑ Uys, I.S.. The South Africans at Delville Wood . The South African Military History Society. Página visitada em 2007-01-26.
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Começo da Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra ou Guerra das Guerras) foi um conflito bélico mundial ocorrido entre 28 de Julho de 1914 e 11 de Novembro de 1918.
A guerra ocorreu entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917) que derrotou a coligação formada pelas Potências Centrais (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano)[1], e causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geo-político da Europa e do Médio Oriente.
No início da guerra (1914), o Reino de Itália era aliada dos Impérios Centrais na Tríplice Aliança, mas, considerando que a aliança tinha carácter defensivo (e a guerra havia sido declarada pela Áustria) e a Itália não havia sido preventivamente consultada sobre a declaração de guerra, o governo italiano afirmou não se sentir vinculado à aliança e que, portanto, permaneceria neutro. Mais tarde, as pressões diplomáticas da Grã-Bretanha e da França fizeram-na firmar em 26 de abril de 1915 um pacto secreto contra o aliado austríaco, chamado Pacto de Londres, no qual a Itália se empenharia a entrar em guerra decorrido um mês em troca de algumas conquistas territoriais que obtivesse ao fim da guerra: o Trentino, o Tirol Meridional, Trieste, Gorizia, Ístria (com exceção da cidade de Fiume), parte da Dalmácia, um protetorado sobre a Albânia, sobre algumas ilhas do Dodecaneso e alguns territórios do Império Turco, além de uma expansão das colônias africanas, às custas da Alemanha (a Itália já possuía na África: a Líbia, a Somália e a Eritreia). O não-cumprimento das promessas feitas à Itália foi um dos fatores que a levaram a aliar-se ao Eixo na Segunda Guerra Mundial.
Em 1917, a Rússia abandonou a guerra em razão do início da Revolução. No mesmo ano, os EUA, que até então só participavam na guerra como fornecedores, ao ver os seus investimentos em perigo, entram militarmente no conflito, mudando totalmente o destino da Muitos dos combates na Primeira Guerra Mundial ocorreram nas frentes ocidentais, em trincheiras e fortificações (separadas pelas "Terras de Ninguém", que era o espaço entre cada trincheira, onde vários cadáveres ficavam à espera do recolhimento) do mar do Norte até a Suíça. As batalhas davam-se em invasões dinâmicas, em confrontos no mar, e pela primeira vez na história, no ar. O saldo foi de mais de 19 milhões de mortos, dos quais 5% eram civis [2]. Na Segunda Guerra Mundial, este número aumentou em 60%.
O conflito rompeu definitivamente com a antiga ordem mundial criada após as Guerras Napoleônicas, marcando a derrubada do absolutismo monárquico na Europa.
O mundo em 1914.
Três impérios europeus foram destruídos e consequentemente desmembrados: Alemão, o Austro-Húngaro e o Russo[2]. Nos Bálcãs e no Médio Oriente o mesmo ocorreu com o Império Turco-Otomano. Dinastias imperiais europeias como as das famílias Habsburgos, Romanov e Hohenzollern, que vinham dominando politicamente a Europa e cujo poder tinha raízes nas Cruzadas, também caíram durante os quatro anos de guerra.
O fracasso da Rússia na guerra acabou contribuindo para a queda do czar e o fim do império, servindo de catalisador para a Revolução Russa que inspirou outras em países tão diferentes como China e Cuba, e que serviu também, após a Segunda Guerra Mundial, como base para a Guerra Fria. No Médio Oriente, o Império Turco-Otomano foi substituído pela República da Turquia e muitos territórios por toda a região acabaram em mãos inglesas e francesas[2].
Na Europa Central os novos estados Tchecoslováquia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Estônia e Iugoslávia "nasceram" depois da guerra e os estados da Áustria, Hungria e Polônia foram redefinidos. Pouco tempo depois da guerra, em 1923, os Fascistas tomaram o poder no Reino de Itália. A derrota da Alemanha na guerra e o fracasso em resolver assuntos pendentes no período pós-guerra, alguns dos quais haviam sido causas da Primeira Guerra, acabaram por criar condições para a ascensão do Nazismo quatorze anos depois e para a Segunda Guerra Mundial em 1939, vinte anos depois.
Antecedentes e possíveis causas
Ver artigos principais: Assassinato de Sarajevo, Causas da Primeira Guerra Mundial, Revanchismo francês e Ultimato de julho
Em 28 de Junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, e sua esposa Sofia, Duquesa de Hohenberg, foram assassinados pelo sérvio Gavrilo Princip, que pertencia ao grupo nacionalista-terrorista armado Mão Negra (oficialmente chamado "Unificação ou Morte"), que lutava pela unificação dos territórios que continham sérvios.
O assassinato desencadeou os eventos que rapidamente deram origem à guerra, mas suas verdadeiras causas são muito mais complexas. Historiadores e políticos têm discutido essa questão por quase um século sem chegar a um consenso. Algumas das melhores explicações estão listadas abaixo:
Corrida armamentista
Ver artigos principais: Corrida armamentista e Paz Armada
HMS Dreadnought, símbolo da corrida armamentista.
A corrida naval entre Inglaterra e Alemanha foi intensificada em 1906 pelo surgimento do HMS Dreadnought, revolucionário navio de guerra. Uma evidente corrida armamentista na construção de navios desdobrava-se entre as duas nações. O historiador Paul Kennedy argumenta que ambas as nações acreditavam nas teorias de Alfred Thayer Mahan, de que o controle do mar era vital a uma nação.
O também historiador David Stevenson descreve a corrida como um "auto reforço de um ciclo de elevada prontidão militar", enquanto David Herrman via a rivalidade naval como parte de um grande movimento para a guerra. Contudo, Niall Ferguson argumenta que a superioridade britânica na produção naval acabou por transformar tal corrida armamentista em um fator que não contribuiu para a movimentação em direção a guerra.
Este período, entre 1885 e 1914,[3] ficou conhecido como a Paz Armada [4]
O poder naval das grandes nações em 1914
Nação Tripulação Maiores navios Tonelagem
Rússia 54.000 4 328.000
França 68.000 10 731.000
Grã-Bretanha 209.000 29 2.205.000
Total 331.000 43 3.264.000
Alemanha 79.000 17 1.019.000
Áustria-Hungria 16.000 3 249.000
Total 95.000 20 1.268.000
Fonte: Ferguson 1999 p 85
Militarismo e autocracia
O Kaiser, propaganda militar humorística francesa.
O presidente dos EUA Woodrow Wilson e outros observadores americanos culpam o militarismo pela guerra. A teoria é que a aristocracia e a elite militar tinham um poder excessivo no Império Alemão, noReino de Itália e no Império Austro-Húngaro, e que a guerra seria a consequência de seus desejos pelo poder militar e o desprezo pela democracia.
Consequentemente, os partidários dessa teoria pediram pela abdicação de tais soberanos, o fim do sistema aristocrático e o fim do militarismo - tudo isso justificou a entrada americana na guerra depois que a Rússia czarista abandonou a Tríplice Entente. Wilson esperava que a Liga das Nações e um desarmamento universal poderia resultar numa paz, admitindo-se algumas variantes do militarismo como nos sistemas políticos da Inglaterra e França.[5]
Imperialismo econômico
Ver artigos principais: Neocolonialismo e Neoimperialismo
Lênin era um famoso defensor de que o sistema imperialista vigente no mundo era o responsável pela guerra. Para corroborar as suas ideias ele usou as teorias econômicas de Karl Marx e do economista inglês John A. Hobson, que antes já tinha previsto as consequências do imperialismo econômico na luta interminável por novos mercados, que levaria a um conflito global, em seu livro de 1902 chamado "Imperialismo".[6] Tal argumento provou-se convincente no início imediato da guerra e ajudou no crescimento do Marxismo e Comunismo no desenrolar do conflito. Os panfletos de Lênin de 1917, "Imperialismo: O Último Estágio do Capitalismo", tinham como argumento que os interesses dos bancos em várias das nações capitalistas/imperialistas tinham levado à guerra.[7]
Nacionalismo, romantismo e a "nova era"
Recrutamento de britânicos para a guerra, a exemplo da onda nacionalista que varria o continente europeu.
Os líderes civis das nações europeias estavam na época enfrentando uma onda de fervor nacionalista que estava se espalhando pela Europa há anos, como memórias de guerras enfraquecidas e rivalidades entre povos, apoiados por uma mídia sensacionalista e nacionalista. Os frenéticos esforços diplomáticos para mediar a rixa entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia foram irrelevantes, já que a opinião pública naquelas nações pediam pela guerra para defender a chamada honra nacional. Já a aristocracia exercia também forte influência pela guerra, acreditando que ela poderia consolidar novamente seu poder doméstico. A maioria dos beligerantes pressentiam uma rápida vitória com consequências gloriosas. O entusiasmo patriótico e a euforia presentes no chamado Espírito de 1914 revelavam um grande otimismo para o período pós-guerra.
Culminação da história europeia
A guerra localizada entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia teve como principal (e quase único) motivo o Pan-eslavismo, o movimento separatista dos Bálcãs. O Pan-eslavismo influenciava a política externa russa, principalmente pelos cidadãos eslavos no país e os desejos econômicos de um porto em águas quentes.[8] O desenrolar da Guerra dos Balcãs refletia essas novas tendências de poder das nações europeias.
Para os germânicos, tanto as Guerras Napoleónicas quanto a Guerra dos Trinta Anos foram caracterizados por invasões que tiveram um grande efeito psicológico; era a posição precária da Alemanha no centro da Europa que tinha levado a um plano ativo de defesa como o Plano Schlieffen [9]. Ao mesmo tempo a transferência da disputada Alsácia e Lorena e a derrota na Guerra franco-prussiana influenciaram a política francesa, dando origem ao chamado Revanchismo francês. Após a Liga dos Três Imperadores ter se desmanchado, a França formou uma aliança com o Império Russo, e a guerra por duas frentes começou a se tornar uma preocupação para o exército alemão.
História
Ver artigos principais: Frente Ocidental (Primeira Guerra Mundial), Frente Oriental (Primeira Guerra Mundial), Teatro de operações da Ásia e Pacífico na Primeira Guerra Mundial e Teatro de operações do Oriente Médio na Primeira Guerra Mundial
Ver página anexa: Cronologia da Primeira Guerra Mundial
A crise de Julho e as declarações de guerra
Declaração de guerra do Império Alemão em 1914.
Após o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando em 28 de Junho, o Império Austro-Húngaro esperou três semanas antes de decidir tomar um curso de ação. Essa espera foi devida ao fato de que grande parte do efetivo militar estava na ajuda a colheita, o que impossibilitava a ação militar naquele período. Em 23 de Julho, graças ao apoio incondicional alemão (carta branca) ao Império Austro-Húngaro se a guerra eclodisse, o Ultimato de julho foi mandado à Sérvia, e que continha várias requisições, entre elas a que agentes austríacos fariam parte das investigações, e que a Sérvia seria a culpada pelo atentado. O governo sérvio aceitou todos os termos do ultimato, com exceção da participação de agentes austríacos, o que na opinião sérvia constituía uma violação de sua soberania.
Por causa desse termo, rejeitado em resposta sérvia em 26 de Julho, o Império Austro-Húngaro cortou todas as relações diplomáticas com o país e declarou guerra ao mesmo em 28 de Julho, começando o bombardeio a Belgrado (capital sérvia) em 29 de Julho. No dia seguinte, o Império Russo, que sempre tinha sido aliado da Sérvia, deu a ordem de locomoção a suas tropas. O Império Alemão, que tinha garantido apoio ao Império Austro-Húngaro no caso de uma eventual guerra mandaram um ultimato ao governo do Império Russo para parar a mobilização de tropas dentro de 12 horas, no dia 31. No primeiro dia de Agosto o ultimato tinha expirado sem qualquer reação russa. A Alemanha então declarou-lhe guerra. Em 2 de Agosto a Alemanha ocupou Luxemburgo, como o passo inicial da invasão à Bélgica e do Plano Schlieffen (estratégia de defesa alemã que previa a invasão da França, Inglaterra e Rússia). A Alemanha tinha enviado outro ultimato, desta vez à Bélgica, requisitando a livre passagem do exército alemão rumo à França. Como tal pedido foi recusado, foi declarada guerra a Bélgica.
Em 3 de Agosto a Alemanha declarou guerra à França, e no dia seguinte invadiu a Bélgica. Tal ato, violando a soberania belga - que Grã-Bretanha, França e a própria Alemanha estavam comprometidos a garantir fez com que o Império Britânico saísse da sua posição neutra e declarasse guerra à Alemanha em 4 de Agosto.
O início dos confrontos
Ver página anexa: Lista de batalhas da Primeira Guerra Mundial
Algumas das primeiras hostilidades de guerra ocorreram no continente africano e no oceano Pacífico, nas colônias e territórios das nações europeias. Em Agosto de 1914, um combinado da França e do Império Britânico invadiu o protetorado alemão da Togoland, no Togo. Pouco depois, em 10 de Agosto, as forças alemãs baseadas na Namíbia atacaram a África do Sul, que pertencia ao Império Britânico. Em 30 de Agosto a Nova Zelândia invadiu a Samoa, da Alemanha; em 11 de Setembro a Força Naval e Expedicionária Australiana desembarcou na ilha de Neu Pommern (mais tarde renomeada Nova Bretanha), que fazia parte da chamada Nova Guiné Alemã. O Japão invadiu as colônias micronésias e o porto alemão de abastecimento de carvão de Qingdao na península chinesa de Shandong. Com isso, em poucos meses, a Tríplice Entente tinha dominado todos os territórios alemães no Pacífico. Batalhas esporádicas, porém, ainda ocorriam na África.
Na Europa, o Império Alemão e o Império Austro-Húngaro sofriam de uma mútua falta de comunicação e desconhecimento dos planos de cada exército. A Alemanha tinha garantido o apoio à invasão austro-húngara à Sérvia, mas a interpretação prática para cada um dos lados tinha sido diferente. Os líderes austro-Hhúngaros acreditavam que a Alemanha daria cobertura ao flanco setentrional contra a Rússia. A Alemanha, porém, tinha planejado que o Império Austro-Húngaro focasse a maioria de suas tropas na luta contra a Rússia enquanto combatia a França na Frente Ocidental. Tal confusão forçou o exército Austro-Húngaro a dividir suas tropas. Mais da metade das tropas foi combater os russos na fronteira, enquanto um pequeno grupo foi deslocado para invadir e conquistar a Sérvia.
Alianças militares europeias em 1914. A Tríplice Aliança está representada em castanho, a Tríplice Entente em verde e as nações neutras em pêssego.
O desenrolar do conflito de 1914 a 1918.
Tríplice entente
Aliados da Tríplice entente, colônias e territórios ocupados.
Tríplice Aliança
Colônias da Tríplice Aliança e territórios ocupados.
Países neutros.
A batalha da Sérvia
Tropas austríacas executando prisioneiros sérvios.
O exército sérvio submeteu-se a uma estratégia defensiva para conter os invasores austro-húngaros, o que culminou na Batalha de Cer. Os sérvios ocuparam posições defensivas no lado sul do rio Drina. Nas duas primeiras semanas os ataques austro-húngaros foram repelidos causando grandes perdas ao exército das Potências Centrais. Essa foi a primeira grande vitória da Tríplice Entente na guerra. As expectativas austro-húngaras de uma vitória fácil e rápida não foram realizadas e como resultado o Império Austro-Húngaro foi obrigado a manter uma grande força na fronteira sérvia, enfraquecendo as tropas que batalhavam contra a Rússia na Frente Oriental.
Exército alemão na Bélgica e França
Assalto francês às posições alemãs em Champagne, França, 1917.
Após invadir o território belga, o exército alemão logo encontrou resistência na fortificada cidade de Liège. Apesar do exército ter continuado a rápida marcha rumo à França, a invasão germânica tinha provocado a decisão britânica de intervir em ajuda a Tríplice Entente. Como signatário do Tratado de Londres, o Império Britânico estava comprometido a preservar a soberania belga. Para a Grã-Bretanha os portos de Antuérpia e Oostende eram importantes demais para cair nas mãos de uma potência continental hostil ao país.[10] Para tanto, enviou um exército para a Bélgica, atrasando o avanço alemão.
Inicialmente os mesmos tiveram uma grande vitória na Batalha das Fronteiras (14 de Agosto a 24 de Agosto de 1914). A Rússia, porém, atacou a Prússia Oriental, o que obrigou o deslocamento das tropas alemãs que estavam planejadas para ir a Frente Ocidental. A Alemanha derrotou a Rússia em uma série de confrontos chamados da Segunda Batalha de Tannenberg (17 de Agosto a 2 de Setembro de 1914). O deslocamento imprevisto para combater os russos, porém, acabou permitindo uma contra-ofensiva em conjunto das forças francesas e inglesas, que conseguiram parar os alemães em seu caminho para Paris, na Primeira Batalha do Marne (Setembro de 1914), forçando o exército alemão a lutar em duas frentes. O mesmo se postou numa posição defensiva dentro da França e conseguiu incapacitar permanentemente 230.000 franceses e britânicos.
A guerra das trincheiras
Ver artigo principal: Guerra de trincheiras
Nas trincheiras: Infantaria com mascáras de gás, Ypres, 1917.
Os avanços na tecnologia militar significaram na prática um poder de fogo defensivo mais poderoso que as capacidades ofensivas, tornando a guerra extremamente mortífera. O arame farpado era um constante obstáculo para os avanços da infantaria; a artilharia, muito mais letal que no século XIX, armada com poderosas metralhadoras. Os alemães começaram a usar gás tóxico em 1915, e logo depois, ambos os lados usavam da mesma estratégia. Nenhum dos lados ganhou a guerra pelo uso de tal artifício, mas eles tornaram a vida nas trincheiras ainda mais miserável tornando-se um dos mais temidos e lembrados horrores de guerra.
Numa nota curiosa, temos que no início da guerra, chegando a primeira época natalícia, se encontram relatos de os soldados de ambos os lados cessarem as hostilidades e mesmo saírem das trincheiras e cumprimentarem-se (trégua de Natal). Isto ocorreu sem o consentimento do comando, no entanto, foi um evento único. Não se repetiu posteriormente por diversas razões: o número demasiado elevado de baixas aumentou os sentimentos de ódio dos soldados e o comando, dados os acontecimentos do primeiro ano, tentou usar esta altura para fazer propaganda, o que levou os soldados a desconfiar ainda mais uns dos outros.
A alimentação era sobretudo à base de carne, vegetais enlatados e biscoitos, sendo os alimentos frescos uma raridade.
Fim da guerra
A partir de 1917, a situação começou a alterar-se, quer com a entrada em cena de novos meios, como o carro de combate e a aviação militar, quer com a chegada ao teatro de operações europeu das forças norte-americanas ou a substituição de comandantes por outros com nova visão da guerra e das tácticas e estratégias mais adequadas; lançam-se, de um lado e de outro, grandes ofensivas, que causam profundas alterações no desenho da frente, acabando por colocar as tropas alemãs na defensiva e levando por fim à sua derrota. É verdade que a Alemanha adquire ainda algum fôlego quando a revolução estala no Império Russo e o governo bolchevista, chefiado por Lênin, prontamente assina a paz sem condições, (Tratado de Brest-Litovski) assim anulando a frente leste, mas essa circunstância não será suficiente para evitar a derrota. O armistício que pôs fim à guerra foi assinado a 11 de Novembro de 1918.
Participação de países lusófonos
Brasil
Ver artigo principal: Brasil na Primeira Guerra Mundial
O nono presidente do Brasil, Venceslau Brás, declara guerra aos Poderes Centrais. Ao seu lado, o ministro interino das Relações Exteriores Nilo Peçanha (em pé) e o presidente de Minas Gerais, Delfim Moreira (sentado).
No Brasil, o confronto foi conhecido popularmente, até a Segunda Guerra Mundial, como a Guerra de 14, em alusão a 1914.
No dia 5 de abril de 1917, o vapor brasileiro "Paraná", que navegava de acordo com as exigências feitas a países neutros, foi torpedeado, supostamente por um submarino alemão. No dia 11 de abril o Brasil rompeu relações diplomáticas com os países do bloco liderado pela Alemanha. Em 20 de maio, o navio "Tijuca" foi torpedeado perto da costa francesa. Nos meses seguintes, o governo Brasileiro confiscou 42 navios alemães, austro-húngaros e turco-otomanos que estavam em portos brasileiros, como uma indenização de guerra.
No dia 23 de outubro de 1917, o cargueiro nacional "Macau", um dos navios arrestados, foi torpedeado por um submarino alemão, perto da costa da Espanha, e seu comandante feito prisioneiro. Com a pressão popular contra a Alemanha, no dia 26 de outubro de 1917, o país declarou guerra aos Poderes Centrais.
A partir deste momento, por um lado, sob a liderança de políticos como Ruy Barbosa, recrudesceram agitações de caráter nacionalista, com comícios exigindo a "imperiosa necessidade de se apoiar os Aliados com ações" para por fim ao conflito. Por outro lado, sindicalistas, anarquistas e intelectuais como Monteiro Lobato criticavam essa postura e a possibilidade de grande convocação militar, pois segundo estes, entre outros efeitos negativos isto desviava a atenção do país em relação a seus problemas internos.
Assim, devido a várias razões, de conflitos internos à falta de uma estrutura militar adequada, a participação militar do Brasil no conflito foi muito pequena; resumindo-se no envio ao front ocidental em 1918 de um grupo de aviadores do Exército e da Marinha que foram integrados à Força Aérea Real Britânica e de um corpo médico-militar, composto por oficiais e sargentos do exército que foram integrados ao exército francês, tendo seus membros tanto prestado serviços na retaguarda como participado de combates no front. A Marinha também enviou uma divisão naval com a incumbência de patrulhar a costa noroeste da África a partir de Dakar e o Mediterrâneo desde o estreito de Gibraltar, evitando a ação de submarinos inimigos.[11]
Portugal
Ver artigo principal: Portugal na Primeira Guerra Mundial
Monumento aos mortos da Primeira Guerra Mundial em Coimbra, Portugal
Portugal participou no primeiro conflito mundial ao lado dos Aliados, o que estava de acordo com as orientações da república ainda recentemente instaurada.
Na primeira etapa do conflito, Portugal participou, militarmente, na guerra com o envio de tropas para a defesa das colónias africanas ameaçadas pela Alemanha. Face a este perigo e sem declaração de guerra, o governo português enviou contingentes militares para Angola e Moçambique.
Em Março de 1916, apesar das tentativas da Inglaterra para que Portugal não se envolvesse no conflito, o antigo aliado decidiu pedir ao estado português o apresamento de todos os navios germânicos na costa lusitana. Esta atitude justificou a declaração oficial de guerra a Portugal pela Alemanha, a 9 de Março de 1916 (apesar dos combates em África desde 1914).
Em 1917, as primeiras tropas portuguesas, do Corpo Expedicionário Português, seguiam para a guerra na Europa, em direcção a Flandres. Portugal envolveu-se, depois, em combates em França.
Neste esforço de guerra, chegaram a estar mobilizados quase 200 mil homens. As perdas atingiram quase 10 mil mortos e milhares de feridos, além de custos económicos e sociais gravemente superiores à capacidade nacional. Os objectivos que levaram os responsáveis políticos portugueses a entrar na guerra saíram gorados na sua totalidade. A unidade nacional não seria conseguida por este meio e a instabilidade política acentuar-se-ia até à queda do regime democrático em 1926.
Consequências
Ver artigos principais: Dissolução da Áustria-Hungria, Partilha do Império Otomano, Tratado de Versailles e Revolução Russa de 1917
Mais informações: Causas da Segunda Guerra Mundial, Dolchstoßlegende e Período entre-guerras
Crimes de Guerra
Ver artigo principal: Genocídio armênio
Ossadas de vítimas do genocídio armênio em Erzingan, na Turquia.
A limpeza étnica da população armênica durante os anos finais do Império Turco-Otomano é amplamente considerada como um genocídio. Com a guerra em curso, os turcos acusaram toda a população armênica, cristãos em sua maioria, de serem aliados da Rússia, utilizando-se disso como pretexto para lidar com toda a minoria considerando-a inimiga do império. É dificil definir o número exato de mortos do período, sendo estimado por diversas fontes para quase um milhão de pessoas mortas em campos de concentração, excluindo-se as que morreram por outros motivos. Desde o evento os governos turcos têm sistematicamente negado as acusações de genocídio, argumentando que os armênicos morreram por uma guerra estar em curso ou que sua matança foi justificada pelo apoio dado aos inimigos do país.
Tecnologia
Ver artigos principais: Gás venenoso na Primeira Guerra Mundial e Guerra química
Exército britânico utilizando uma metralhadora Vickers.
Tanque de guerra britânico capturado pelos Alemães durante a Primeira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial foi uma mistura de tecnologia do século XX com tácticas do século XIX.
Muitos dos combates durante a guerra envolveram a guerra das trincheiras, onde milhares de soldados por vezes morriam só para ganhar um metro de terra. Muitas das batalhas mais sangrentas da história ocorreram durante a Primeira Guerra Mundial. Tais batalhas incluiam Ypres, Vimy, Marne, Cambrai, Somme, Verdun, e de Gallipoli. A artilharia foi a responsável pelo maior número de baixas durante a guerra.
Neste conflito estiveram envolvidos cerca de 65 milhões de soldados e destacaram-se algumas figuras militares, como o estrategista da Batalha do Marne, o general francês Joffre, o general Ferdinand Foch, também da mesma nacionalidade, que veio a assumir o controle das forças aliadas, o general alemão Von Klück, que esteve às portas de Paris, general britânico John French, comandante do Corpo Expedicionário Britânico e o comandante otomano Kemal Ataturk, vencedor na Batalha de Gallipoli contra a Inglaterra e o ANZAC (Austrália e Nova Zelândia).
A guerra química e o bombardeamento aéreo foram utilizados pela primeira vez em massa na Primeira Guerra Mundial. Ambos tinham sido tornados ilegais após a Convenção Hague de 1907. Os aviões foram utilizados pela primeira vez com fins militares durante a Primeira Guerra Mundial. Inicialmente a sua utilização consistia principalmente em missões de reconhecimento, embora tenha depois se expandido para ataque ar-terra e atividades ar-ar, como caças.
Foram desenvolvidos bombardeiros estratégicos principalmente pelos alemães e pelos britânicos, já tendo os alemães utilizado os grandes dirigíveis (Zeppelins) para bombardeamento aéreo.
Vídeo produzido pelos Estados Unidos mostrando tanques aliados na França em 1918.
Vídeo produzido pelos Estados Unidos mostrando um bombardeio aos alemães.
Ver também
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Primeira Guerra Mundial
Aliados da Primeira Guerra Mundial
Assassinato de Sarajevo
Batalha do Lys
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Guerra
História da Alemanha
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